Selfies com o traficante
Os policiais que prenderam o traficante Rogério Avelino da Silva comemoraram o feito com selfies e outras fotos ao lado do bandido.
Era como se Rogério 157, como é conhecido, fosse uma espécie de troféu, ou então uma celebridade.
Não há dúvida de que tirar de cena o criminoso mais procurado do Rio de Janeiro é uma façanha digna de nota.
Ele foi recentemente pivô de um conflito sangrento entre facções criminosas na favela da Rocinha. Foi preciso, mais uma vez, man- dar as Forças Armadas à capital do Estado para enfrentar a violência descontrolada.
Mesmo assim, a comemoração dos policiais passou da conta. Dá para entender a alegria do pessoal, mas o trabalho de combater o crime precisa ser feito com seriedade e discrição.
Sem contar que, se a moda pega, uma hora alguma pessoa que é apenas suspeita pode acabar tendo sua imagem exposta ao Brasil inteiro.
Além do mais, ainda falta muito para derrubar o esquema do tráfico de drogas no Rio, que corrompe a própria polícia.
O próprio secretário estadual da Segurança, Roberto Sá, foi realista ao dizer que a história “mostra que essas pessoas [como Rogério 157] acabam sendo sucedidas”.
Ou seja: prende um hoje, aparece outro amanhã ou depois.
E, o que é pior, mesmo a turma que está atrás das grades muitas vezes continua no comando da bandidagem.
Portanto, palmas para os policiais que conseguiram prender o criminoso. Mas sem cair no oba-oba.