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Correção da aposentado­ria será a menor do Plano Real

Aposentado­s devem se preparar para não ter quase nada de aumento; motivo é a queda da inflação

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Os benefícios da Previdênci­a deverão ter em 2018 o menor reajuste desde que o real passou a ser a moeda do país, em julho de 1994.

A correção para quem já era aposentado ou pensionist­a até janeiro deste ano deverá ser de 2,27% no ano que vem, segundo cálculos do consultor atuarial Newton Conde. “O menor reajuste [dos benefícios], a partir do Plano Real, foi de 3,3%, em abril de 2007”, diz Conde. “Logo, este seria o menor no período do real.”

A queda histórica na correção dos benefícios tem relação direta com a inédita desacelera­ção da inflação.

A correção das aposentado­rias é calculada sobre o INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor), que de janeiro a novembro acumula alta de 1,80%, que também é a menor desde a implementa­ção do Plano Real.

“O reajuste pequeno não significa que o aposentado perderá poder de compra, pois o cálculo é realizado sobre o aumento do custo de vida da população que ganha de um a cinco salários mínimos”, diz o advogado Luiz Veríssimo, do Ieprev (Instituto de Estudos Previdenci­ários). “Mas isso significa que os aposentado­s precisam se preparar para receber um aumento muito abaixo do que eles se acostumara­m nos últimos anos.”

Piso

O Orçamento de 2018 prevê que o salário mínimo subirá dos atuais R$ 937 para R$ 965 —o que significar­ia alta de 2,99%. Mas a trajetória de queda da inflação rebaixaria o piso para a casa dos R$ 958, segundo a estimativa feita por Conde.

A previsão do mercado, divulgada pelo Banco Central, aponta para um INPC de 2,48%, também abaixo da previsão do governo.

Além da inflação, entra no cálculo do piso salarial o cresciment­o do PIB (Produto Interno Bruto) de dois anos antes. Mas essa soma não será aplicada em 2018 porque a economia não cresceu em 2016. O salário mínimo terá só o reajuste da inflação.

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