Sem reforma, haverá cortes, diz Temer
Caso a reforma da Previdência não seja aprovada neste governo, poderão haver cortes de salários e aposentadorias de servidores públicos nos próximos anos, afirmou ontem o presidente Michel Temer.
“Se não fizermos agora, em 2019 ou 2020 teremos uma reforma previdenciária radical”, disse ele, citando exemplos de outros países, como a Grécia, onde foi preciso fazer cortes de 20% a 30% nas pensões e nos vencimentos de servidores.
Temer também reclamou das críticas à reforma feitas nas redes sociais. “Isso pega. Essa história de rede social é um horror, pega. Botam uma caveirinha andando, ‘acabei de me aposentar’, como se ela tivesse morrido”, disse.
A votação da proposta de reforma da Previdência na Câmara dos Deputados deverá ocorrer na última semana antes do recesso parlamentar, entre os dias 18 e 19 de dezembro, segundo o presidente, que disse não cogitar deixar a pauta para 2018.
“Estamos colhendo os votos. Suponho que até lá [dia 18] teremos os votos”, disse ele, ao ser perguntado sobre a falta de apoio necessário para a aprovação.
Segundo Temer, além do PMDB e PTB, o PPS também deverá fechar questão sobre o tema. “Há também partidos como o PP, por exemplo, em que temos 90% [dos parlamentarem que teriam se manifestado a favor da votação]. Em um ou outro partido, há mais dificuldade. Se somarmos 308, vamos levar a voto.” Até anteontem, a contagem era de 270 deputados a favor da reforma.
A meta do governo é conquistar os cerca de 40 votos necessários para a aprovação nas próximas semanas, com liberação de verbas e remanejamento de cargos.