Agora

O terror do Morumbi

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A nomeação de Raí como diretor do São Paulo teve uma consequênc­ia imediata. Em boa parte da torcida, maltratada por anos de administra­ções ruins e resultados idem, cresceu instantane­amente a confiança.

Acompanha o ex-jogador uma aura de serenidade extremamen­te necessária para um clube que tem no histórico recente até soco de diretor na cara de presidente.

Além de ser um ídolo (algo que Rogério Ceni, desprepara­do para ser treinador, também é), ele tem um carisma (desprovido da vaidade exacerbada associada ao exgoleiro) importante para tornar harmônico um ambiente conturbado.

A questão é se Raí terá mesmo a possibilid­ade de alterar o péssimo rumo tomado nos últimos tempos ou será apenas mais uma figura querida pelos torcedores em quem o presidente Leco tenta se apoiar. Mais do que mudar a cara do departamen­to de futebol, é ne- cessário mudar a cultura.

O desafio se assemelha ao vivido pelo mais tradiciona­l time de basquete dos Estados Unidos. Ainda que sejam complicada­s as comparaçõe­s com o esporte norte-americano, o Los Angeles Lakers está trilhando caminho que pode ser observado pelos dirigentes tricolores.

Em crise sem precedente­s, a equipe também se voltou a um velho ídolo na tentativa de reviver os momentos de glória. Ao apostar no sorriso cativante e no histórico de Magic Johnson, a dona do clube o fez diretor e demitiu o próprio irmão, que exercia a função.

Magic está há menos de um ano no cargo, porém já está claro que sua presença não é mera estratégia de relações públicas. Há um plano em curso e um rumo sendo tomado.

O São Paulo precisa agir de maneira semelhante com Raí, “o terror do Morumbi”, como a torcida se habituou a cantar. Ou o terror continuará a rondar o Morumbi.

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