Limpeza pela
Fungos e ácaros se alimentam de farelos no carro e causam doenças; aprenda como não correr riscos
O paulistano fica muito tempo no carro e, nesse período, bactérias, fungos e ácaros acabam proliferando no ambiente. Uma pesquisa conduzida pela faculdade DeVry Metrocamp, de Campinas (a 93 km de SP), verificou a presença de micro-organismos em 76 partes internas de veículos, como volante, câmbio, bancos e cadeirinhas de bebê. Em média, foram coletados de cem a mil bactérias e fungos por parte analisada. Só a alavanca de marchas apresentou 10 mil micro-organismos.
A maioria das bactérias é chamada de “oportunista”, ou seja, oferece riscos sérios a pessoas já debilitadas; em quem estiver saudável, pode gerar febre e diarreia.
“Às vezes temos um malestar e pensamos que é algo que comemos, mas o problema está nesse ambiente [carro infectado]”, diz a professora Rosana Siqueira, que orientou o estudo.
Ali Said Yassine, pediatra e diretor da Associação Brasileira de Medicina no Trânsito (Abramet), chama a atenção para problemas respiratórios e dermatológicos que os micro-organismos também podem causar. “Ácaros, fungos e pelos de animais são os principais causadores de inflamação das mucosas respiratórias, como sinusite, bronquite e asma. A membrana dos ácaros, em contato com a nossa pele, pode causar dermatites atópicas”, afirma Yassine. Restos de lanches retirados no drive-thru e farelos de biscoitos que se escondem nas frestas dos bancos servem de alimento para micro-organismos. A solução é passar aspirador de pó no carro semanalmente. Para reduzir riscos de crises alérgicas, o pediatra Ali Said Yassine recomenda a instalação de capas removíveis sobre os assentos, que devem ser lavadas três vezes por semana Ar-condicionado que exala um odor ruim ou parece mais fraco que o normal indica que o filtro de cabine está saturado. “A vida útil desse componente depende do ambiente onde o motorista trafega. Se ele rodar sempre em vias urbanas, com alto tráfego de caminhões, ou em estradas de terra, o filtro chega a se desgastar em poucos meses”, explica André Gonçalves, consultor técnico da Mann+Hummel