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Inflação baixa, melhor para os salários

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O Brasil deve fechar este ano com o IPCA, índice oficial de preços, abaixo de 3% ao ano. É uma das taxas mais baixas já medidas no país, que tem uma longa história de inflação alta.

O engraçado é que nem o Banco Central acreditava que seria possível o índice cair tanto e tão rápido (em 2015 foram 10,7%, e em 2016, 6,3%).

Na verdade, a queda foi uma espécie de acidente: a safra de grãos foi recorde, derrubando os preços, e a economia andou devagar.

Tanto que o IPCA, ao que tudo indica, vai ficar abaixo do piso fixado na legislação, de 1,5 ponto percentual abaixo da meta de 4,5%.

Isso é um sinal de que o BC poderia ter até reduzido mais os juros. Mas é fácil falar depois que tudo já aconteceu: era difícil mesmo prever como o país sairia de uma de suas maiores crises.

Pelo menos para quem continuou empregado, a queda da inflação foi uma bela notícia.

Como noticiou o a grande maioria das negociaçõe­s salariais deste ano resultou em aumento do poder de compra dos traba- lhadores.

De janeiro a outubro, segundo o Salariômet­ro (levantamen­to feito pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas, a Fipe), 80,1% dos acordos fechados de janeiro a outubro proporcion­aram ganhos acima da inflação.

O índice médio de reajuste foi de 5,3%, superior aos índices de preços, que ficaram abaixo do previsto.

Dá para dizer que essa foi uma sorte dos assalariad­os. Daqui para a frente, o importante é que a economia volte a crescer sem trazer de volta a inflação alta.

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