Pior unidade, no Grajaú, ficou 15 dias sem energia elétrica
“É zoado”, resume um professor sobre a Escola Estadual Adelaide Rosa Fernandes Machado de Souza, que teve o pior desempenho em 2016 entre as estaduais da capital paulista no Enem.
Ali, no Grajaú (zona sul), onde quase metade (47%) da população só estudou até o ensino fundamental, segundo a última pesquisa DNA Paulistano, é comum o uso de drogas entre os alunos, e o índice de evasão é alto, dizem os professores.
“Aqui a gente trabalha mais como um administrador de conflitos. O problema social é maior que qualquer coisa”, resume um professor que prefere não se identificar. “Você trabalha mais como pai que como professor.”
“Eu dou mais conselho do que aula”, concorda outro.
Professores e alunos dizem que precisam levar papel higiênico de casa e que não tem tinta na impressora.
Em novembro, um furto de cabos deixou a escola sem energia elétrica por 15 dias, o que afetou a distribuição de água, segundo reportagem publicada pelo Agora.
Só 6% dos alunos do 9º ano têm aprendizado considerado adequado em português e matemática, segundo a Prova Brasil 2015. A nota do Ideb de 2015 foi de 2,9 (numa escala que vai de 0 a 10).
O diretor da escola, Antônio Teixeira Neto, reconhece que faltava tinta para impressão, mas desde que assumiu a di- reção, em junho, diz ter resolvidos as pendências e que não falta papel higiênico.
A escola terá ensino integral a partir do ano que vem, o que deve melhorar os índices, diz. “Nós temos melhorado. No Idesp do ano passado, a escola avançou. Estamos mudando a equipe, comprometidos a melhorar.”