Fora da cadeia, Garotinho diz que não é igual a Cabral
Depois de um mês na cadeia, o ex-governador do Rio Anthony Garotinho (PR), que foi solto anteontem, afirma que não é igual ao ex-aliado Sérgio Cabral (MDB), que continua preso.
Ele atribui a condenação por crime eleitoral a uma vingança por ter acusado o sucessor de corrupção.
“As diferenças entre nós são absurdas. Nele você encontra sinais contundentes de riqueza: barras de ouro, joias, mansões, iates. Em mim, não”, diz.
Apesar disso, Garotinho repete argumentos usados pelo desafeto: diz que foi alvo de delações falsas e reconhece que é amigo de empreiteiros, mas nega ter feito o pedido de doações ilegais.
Ele foi preso três vezes. “Os fatos mostram. A primeira prisão ocorre logo após mi- nha denúncia na Procuradoria-Geral da República. A segunda é no dia seguinte da audiência de conciliação com o desembargador Luiz Zveiter [ex-presidente do TJ-RJ], onde me recuso a me retratar. A terceira logo após procurar a presidente do CNJ [Conselho Nacional de Justiça] para entregar documentos que o comprometeriam.”
O ex-governador recebeu a reportagem de bermuda e chinelos em seu apartamento no Flamengo, zona sul do Rio. A sala estava com balões vermelhos e a inscrição “Bem-vindo, Garotinho. Te amamos” em cartolina.
Sua mulher, a ex-governadora Rosinha Garotinho, fazia artesanato na varanda. Ela foi presa com o marido e libertada uma semana depois, mas com uso de tornozeleira eletrônica.