Como nos velhos tempos
Sempre que o apresentador Abelardo Barbosa, o Chacrinha (1917-1988), não conseguia apresentar seus programas por conta da saúde frágil, era João Kléber que o substituía na TV. Agora, no ano em que o Velho Guerreiro completaria cem anos, é a vez de o apresentador prestar uma homenagem ao ídolo. Na atração “João Kléber Show Especial Chacrinha”, no ar amanhã, às 22h30, na Rede TV!, o saudoso comunicador é lembrado no palco, com show de calouros, um júri formado por antigos participantes, convidados especiais e até chacretes.
“A última imagem dele no ar foi em 1988, em um programa que eu comandei ao lado dele, já bastante debilitado [Chacrinha teve câncer no pulmão]. A gente gravava num sábado, e o programa ia ao ar no sábado seguinte. O último nós gravamos num sábado, e ele morreu na quinta. Então, tive de começar a atração com um monólogo, explicando que as imagens que seriam apresentadas tinham sido feitas momentos antes de ele partir”, relembra João Kléber.
Agora, quase 30 anos depois, ele coloca no palco chacretes, monta um show de calouros e reúne um júri com convidados especiais que fizeram parte da atração original, como Nelson Rubens e Márcia Gabrielle. Artistas que se apresentavam nos programas de Chacrinha entre as décadas de 1950 a 1980 —ele passou pela TV Tupi, pela Bandeirantes e pela Globo— também marcam presença, como Sérgio Reis, Byafra, Amado Batista, Rosemary, Simony e Sidney Magal.
“Passar pelo palco do Chacrinha era sinônimo de começar a fazer sucesso. Em 1972, fui lançar meu primeiro disco com ele. No começo, eu cantava vestindo um capuz para que ninguém me reconheces- se. Eu era o cantor mascarado”, relembra Ângelo Máximo.
No palco, João Kléber não se veste como Chacrinha, mas rememora seus bordões: “Teresinha!”, “Vocês querem bacalhau?” e “Eu vim para confundir, não para explicar”. No final, a escola de samba Grande Rio canta o samba-enredo de 2018, uma homenagem ao Velho Guerreiro. “Até hoje levo comigo o profissionalismo e a dedicação dele. Ele foi muito perseguido por ser popular, mas estava à frente de seu tempo”, finaliza João Kléber.