Agora

Sem Lula, o que acontece?

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Com julgamento em segunda instância marcado para 24 de janeiro, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) é a grande incerteza da eleição de 2018.

Caso seja condenado e não possa ser candidato, ninguém sabe direito o que vão fazer seus apoiadores.

Lula sempre foi o grande cacique petista. Em quase 40 anos de existência, o partido não conseguiu formar outros líderes nacionais.

Depois do mensalão e da Lava Jato, então, não sobrou quase ninguém para encarar uma campanha presidenci­al.

Por isso, fica a grande dúvida: se o expresiden­te não concorrer, o que acontece? Uma análise do Datafolha pode ajudar a responder a essa pergunta.

O instituto de pesquisas concluiu que o eleitorado brasileiro está repartido em três grandes grupos, de tamanho mais ou menos parecido.

Há aqueles que são lulistas de carteirinh­a: não só têm certeza de que pretendem votar no petista como estão dispostos a apoiar alguém indicado por ele.

Outros rejeitam Lula de coração: declaram que não votariam nele nem em outro candi- dato apoiado pelo PT.

Por fim, há o bloco do meio. São os eleitores que não têm opinião radical a respeito do ex-presidente, nem contra nem a favor.

Essa turma, que pode decidir uma eleição, hoje se divide entre Jair Bolsonaro (PSC, 19%), Marina Silva (Rede, 13%), Ciro Gomes (PDT, 12%) e Geraldo Alckmin (PSDB, 6%), além do próprio Lula (12%) e 24% de brancos e nulos.

São todos candidatos de partidos fracos ou em crise (casos do PT e do PSDB). Isso quer dizer que, além da eleição, a força do próximo presidente também é motivo de dúvida.

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