Sem espaço, cemitério de Mogi faz túmulo em calçada
Novas sepulturas foram abertas em espaço em frente às mais antigas, impedindo acesso
Por falta de espaço, o cemitério da Saudade, em Mogi das Cruzes (Grande SP), tem aberto sepulturas em espaços que antes eram calçadas. Em algumas quadras, as covas foram abertas em frente a túmulos antigos, impedindo o acesso até eles.
A abertura das novas sepulturas começou em setembro, pela data marcada nas cruzes, na região da quadra 112. Lá, a reportagem verificou que cerca de 20 novas covas foram abertas em frente a 33 túmulos mais antigos. Assim, se alguém quiser se aproximar dessas sepulturas, precisará subir sobre as que foram feitas recentemente.
Segundo funcionários, que pediram para não ser identificados, a ordem veio da direção do cemitério da Saudade, como opção a falta de espaço para novas covas. “Dá até vergonha de mostrar isso para o familiar de um morto”, disse um deles.
Na quadra 14, por exemplo, seis covas foram abertas em frente a outros túmulos. Neste ponto, as sepulturas datam do fim de novembro e começo de dezembro. A maioria delas ainda não tem acabamento de cimento e é identificada com uma cruz.
O cemitério da Saudade conta com cerca de 9.000 jazigos e é um dos três espaços públicos para sepultamento na cidade —há ainda um cemitério particular.
Apertado
Outras covas também foram abertas em calçadas de várias quadras do cemitério, mas sem impedir o acesso às sepulturas antigas.
Esses túmulos foram colocados no fim e no início das quadras, junto a postes, árvores e lixeiras. Nesses casos, é possível ver que os novos espaços têm, em média, cerca de 75 cm de largura, enquanto os mais antigos medem 1,30 m.