O mínimo do mínimo
Não vai animar ninguém, com certeza, o aumento anunciado do salário mínimo de R$ 937 para R$ 954 a partir de segundafeira, 1º de janeiro.
A alta mixuruca, de apenas 1,8%, nem sequer repõe a inflação do ano de 2017, que deve ficar um pouco acima dos 2% pelo INPC.
O governo explica que o reajuste anterior acabou sendo maior que a variação do custo de vida. Por isso, a diferença está sendo compensada agora, como a lei permite.
Por aí dá para ver como a situação está feia. Em outros tempos, o valor do salário mínimo era sempre arredondado para cima. Agora estão contando cada centavo.
Os ganhos reais (ou seja, além da inflação) também sumiram. É que, pela regra, eles devem corresponder ao crescimento da economia de dois anos antes.
E a economia do Brasil, em vez de crescer, ficou parada em 2014 e encolheu em 2015 e 2016.
Neste ano, houve uma expansão pequena, de 1%, que vai entrar no reajuste do mínimo de 1º de janeiro de 2019.
Depois disso, ninguém sabe, porque a lei só vigora até o próximo ano. Do jeito que o governo anda na pindaíba, vai ser difícil pagarem coisa muito melhor.
Tudo indica que vai continuar a briga da Previdência. Mesmo que o próximo presidente não queira levar adiante uma reforma, alguma coisa terá de ser feita para tapar o rombo do Orçamento.
Tanto podem cortar na educação e na saúde como segurar o valor das aposentadorias. Esses são os três maiores gastos da União (fora o pagamento de dívidas).
De qualquer modo, a conta da lambança no Orçamento vai sobrar para os pobres e remediados.