Agora

Carga pesada

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Um cálculo recente da Receita Federal concluiu que os impostos (federais, estaduais e municipais) e outros tributos levaram 32,4% da renda dos brasileiro­s em 2016.

Isso quer dizer que mais ou menos um terço da nossa grana vai para o governo. É muita coisa: uma parcela parecida com a de países bem mais ricos, como Canadá, Reino Unido e Espanha.

O bom senso diz que quem ganha mais também tem condições de pagar um imposto maior.

Para alguém com salário de R$ 1.000 por mês, só a contribuiç­ão de 8% ao INSS já é uma facada. Já uma pessoa que recebe R$ 10.000 pode pagar um percentual mais alto sem tanto sacrifício.

No Brasil, os tributos, além de elevados, são mal distribuíd­os. Os pobres pagam mais do que deveriam, e os ricos, menos.

Isso acontece porque a taxação está concentrad­a no consumo: todas as vezes que compramos alguma coisa ou pagamos por algum serviço, estamos pagando imposto, muitas vezes sem notar.

Quase a metade da arrecadaçã­o do país vem de tributos cobrados na venda de pro- dutos, que os vendedores passam para os preços.

Um saco de feijão, por exemplo, custa o mesmo para um pobre e um rico. Só que os mais carentes precisam usar uma parte muito maior da sua grana para comprar comida.

A maioria dos países desenvolvi­dos taxa menos o consumo que o Brasil. Em compensaçã­o, cobra mais dos que têm renda mais alta.

Todos temos de sustentar os gastos do governo com educação, saúde e aposentado­rias. Mas dá para fazer isso de um jeito mais justo.

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