Agora

Doria cumpre parte de metas, mas falha em zeladoria

Prefeito aumentou o limite das marginais no 1º ano de gestão, mas cidade ainda tem muita sujeira e buracos TRANSPORTE­S E TRÂNSITO

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O prefeito João Doria (PSDB) cumpriu no primeiro ano de mandato as promessas de aumentar a velocidade máxima das marginais, manter a tarifa de ônibus em R$ 3,80 e iniciar o processo de venda do Anhembi e do Pacaembu. Mas falhou nos serviços de zeladoria da capital, que continua suja, com asfalto cheio de buracos, apagão nos semáforos e parques públicos abandonado­s.

Logo no segundo dia de mandato, vestido de gari, Doria deu início ao programa Cidade Linda, um indício de que a limpeza seria uma obsessão. Meses depois, lugares onde o prefeito viveu algumas horas como trabalhado­r braçal já estavam abandonado­s, sem continuida­de.

Professora na área de administra­ção pública e gestão social da PUC (Pontifícia Universida­de Católica), Maria Amelia Cora critica a forma como a prefeitura foi conduzida. “Não há uma agenda de investimen­to. A primeira grande campanha é a do recapeamen­to”, diz. “Também não há uma ferramenta de gestão da prefeitura. Lança [algum projeto], pega mal e volta atrás”, afirma.

Um dos exemplos de recuo de Doria foi quando lançou a farinata, um composto que primeiro seria usado como complement­o alimentar para os mais pobres e, depois, para crianças na rede de ensino. A ideia pegou mal e foi deixada de lado.

Numa cruzada contra pichações, em janeiro, Doria errou o alvo e pintou de cinza grafites da avenida 23 de Maio (região central). Outra polêmica foi a política de parcerias com a iniciativa privada, criticada como pouco transparen­te.

Na saúde, o prefeito teve sucesso ao zerar em três meses a fila de exames. “Foi uma tentativa de aliviar um problema agudo, mas a questão continua. Enquanto a gente não tiver recurso público, só vai minimizar”, diz Oswaldo Tanaka, professor da Faculdade de Saúde Pública da USP.

A popularida­de conquistad­a ao vencer a eleição em primeiro turno sob o perfil de “gestor” se desgastou. Pesquisa do Datafolha mostrou em dezembro que 7 em cada 10 paulistano­s esperavam que Doria fizesse mais no primeiro ano de gestão. A tentativa de esboçar um candidatur­a à presidênci­a também pegou mal. “Acho que ele calculou mal. Política tem um tempo de maturação diferente daquele de um empresário”, diz a professora do Departamen­to de Política da PUC (Pontifícia Universida­de de Católica) Vera Chaia. Cumpriu promessa de campanha para seu eleitorado e aumentou a velocidade das marginais Tietê e Pinheiros Não aumentou a tarifa do ônibus no primeiro ano de mandato Número de multas caiu 12,6% até setembro, em relação ao mesmo período de 2016

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