Insegurança estadual
Quase todos os governos do Brasil estão na pindaíba. Mas é a crise nos Estados que tem provocado as piores consequências para a população, principalmente na área de segurança.
Os governadores não conseguem tomar dinheiro emprestado. Por isso, quando a arrecadação não chega para cobrir os gastos, não há o que fazer: falta grana para os salários, e os serviços param.
Quando isso acontece no policiamento, a violência pode explodir.
Isso já virou rotina no Rio de Janeiro, o Estado mais quebrado do país. Também aconteceu em fevereiro do ano passado no Espírito Santo, por causa de uma paralisação dos policiais militares.
Agora é a vez do Rio Grande do Norte, onde sumiu o dinheiro para pagar o 13ë dos servidores.
Também pudera: a folha de pagamentos do Executivo já estava consumindo 57% da receita. O limite fixado na lei é de 49%.
A PM potiguar cruzou os braços, embora fingindo que não é greve. Afinal, a Constituição proíbe esse tipo de movimento por parte de militares.
Foi um desastre: o crime disparou no Es- tado, e mais uma vez foi preciso chamar o Exército para colocar alguma ordem na casa.
Dá para defender esse tipo de expediente numa emergência. O problema é que as intervenções das Forças Armadas na segurança estão acontecendo a todo momento.
As tropas não são devidamente treinadas para isso. Pior ainda, podem acabar se misturando com o crime organizado.
A solução é mesmo reforçar as polícias regulares. Para isso, é preciso consertar os orçamentos dos Estados.