Segurança por um fio
Pedestres em São Paulo não devem apenas se preocupar em olhar para baixo, certificando-se de que não encontrarão pela frente calçadas que são verdadeiras armadilhas. A ameaça pode vir de cima, na forma de fios elétricos soltos.
O percorreu cerca de 50 ruas, em todas as regiões da cidade, e pôde ter uma boa ideia do perigo. Há todo tipo de situação inadequada.
O caso mais comum é ver um emaranhado enrolado nos postes, chegando algumas vezes até o chão.
O risco era ainda maior na estrada de Ita- pecerica, no bairro do Campo Limpo (zona sul): o fio descia pelo poste e continuava até um ponto de ônibus movimentado, em frente a um posto de gasolina.
Em mais de um local visitado, a fiação ficava perto da altura da cabeça, podendo atingir os mais desatentos.
Encontrar um cenário desses na rua é tão corriqueiro que nem sempre se dá a devida importância; quando ocorre um incidente, porém, as consequências costumam ser graves.
Em novembro, um chapeiro de 21 anos morreu eletrocutado ao apenas encostar num poste com fiação caída, no bairro do Ipiranga (zona sul).
A AES Eletropaulo, que cuida da rede elétrica paulistana, diz que cumpre todos os padrões de segurança e que veículos grandes, como ônibus e caminhões, frequentemente danificam postes ou derrubam parte dos fios.
É verdade, mas isso não livra a empresa de providenciar o reparo com agilidade. A reportagem encontrou um poste em que a fiação solta já havia até recebido tinta branca por cima. Ou seja, já devia fazer um bom tempo que o problema existia.