Temer recusa afastar os vice-presidentes da Caixa
O presidente Michel Temer não atendeu a recomendação do MPF (Ministério Público Federal) de afastamento de todos os vice-presidentes da Caixa, incluindo os sob suspeita de irregularidades.
Em resposta enviada ontem, a Casa Civil afirmou que o ministro Eliseu Padilha não tem competência para análise do pedido, uma vez que o tema caberia ao Ministério da Fazenda.
A Caixa também respondeu. O banco alegou que tem “um sistema de governança adequado à Lei das Estatais, fazendo com que a maior parte das recomendações já estejam implementadas, em implementação ou em processo de estudo pelas suas instâncias decisórias, antes mesmo de qualquer manifestação do MPF”.
Quatro vices estão nos cargos, apesar de investigações do MPF e da própria Caixa apontarem indícios de envolvimento em esquemas de corrupção e favorecimento a políticos. As suspeitas atingem o presidente do banco, Gilberto Occhi.
O novo estatuto da Caixa dá poderes para que o colegiado afaste dirigentes. A implementação, no entanto, ainda depende de aval do ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, e da assembleia de acionistas.
Nos bastidores, a resistência do governo à saída tem razões políticas. O Palácio do Planalto quer manter atados à sua base no Congresso Nacional partidos que indicaram os diretores da Caixa (PP, PR e PRB).