Alerta amarelo
Depois de passar pelos traumas com os surtos de zika e chikungunya, o Brasil viveu no ano passado o medo de um descontrole da febre amarela.
A doença voltou a dar as caras neste ano, mas pelo menos o governo parece estar mais atento agora.
O Ministério da Saúde admite que o país não dispõe de estoque suficiente de vacinas. É por isso que vão fazer um fracionamento das doses.
A maioria das pessoas a serem imunizadas em três Estados (São Paulo, Rio e Bahia) vai receber apenas um quinto da dose normal. Há algumas exceções, como gestantes e crianças de 9 meses a 2 anos de idade.
Os estudos mostram que assim dá para ficar protegido por pelo menos uns oito anos. É um quebra-galho, uma medida de emergência. Mas tem o apoio da Organização Mundial da Saúde e já foi testada com sucesso na República Democrática do Congo.
No Brasil, o ministro da Saúde, Ricardo Barros, anunciou em setembro o fim do surto de febre amarela do primeiro semestre de 2017. Mas, de julho para cá, já foram 11 ca- sos em humanos e 358 em macacos.
Para impedir que o problema se espalhe de novo, é preciso vacinar 95% da população próxima aos locais onde ocorreram os casos.
São 53 municípios em São Paulo, 15 no Rio e 8 na Bahia. Nas cidades paulistas, 1,4 milhão de pessoas vai receber a dose integral, e 4,9 milhões ficarão com a fracionada.
A situação é de alerta, mas não chega a ser uma crise. A imunização deve ser reservada para quem precisa mais, senão o perigo de surto vai ser maior.