Passageiro evita plataforma do metrô
Passageiros do metrô estão com medo de ficar na beira das plataformas das estações após o ataque que a auxiliar administrativa Jussara Araújo de Souza, 23 anos, sofreu. Na terça-feira, ela foi empurrada por um homem para os trilhos quando esperava o metrô na estação Conceição, da linha 1-azul. A jovem caiu no vão entre os trilhos e sobreviveu. O agressor, que ela não conhecia, foi preso.
“Não quero correr o risco. Depois desse caso, eu passei a tomar mais cuidado ainda, fico o mais longe possível do vão. Nunca se sabe o que pode acontecer”, afirmou ontem a auxiliar administra- tiva Vandeilda Araújo, 52 anos, na estação Bresser, da linha 3-vermelha, local que ela sempre costuma embarcar para utilizar o metrô.
A opinião é compartilhada pela nutricionista Talita da Silva, 20 anos, que costuma utilizar o metrô na mesma estação onde Jussara foi empurrada. “Estou prestando mais atenção na movimentação e me mantenho afastada o tanto quanto posso da ponta da plataforma. A gente pode cair até mesmo por um esbarrão devido à superlotação”, disse a nutricionista.
O ataque sofrido por Jussara era o principal assunto ontem entre amigos e cole- gas de trabalho na plataforma da estação Conceição. Poucas mulheres se arriscavam a ficar perto do vão.
Portas de proteção
A reivindicação mais comuns de passageiros entrevistados pelo Agora é a colocação de portas de proteção entre a plataforma e os trilhos. Atualmente, poucas estações possuem esse sistema —são, principalmente, as da linha 4-amarela. “Isso evitaria suicídios e que alguém desequilibrado lançasse uma pessoa para baixo dos vagões”, afirmou a cabeleireira Maria Carvalho Caccioli, 45 anos, na estação Sé.