Vacciinaçção em fffarrrmáccciiiass pode até parar na Justiça
Medida foi autorizada pelo governo em dezembro, mas é alvo de questionamentos de entidades médicas
Brasília Recém-autorizada pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), a possibilidade de que farmácias e drogarias comercializem e apliquem vacinas tem gerado polêmica entre entidades de saúde. A discussão pode ir parar na Justiça.
Até então, a oferta desses serviços só era permitida no SUS, por meio de hospitais e unidades de saúde, e em clínicas de vacinação privadas.
Na últimas semanas, porém, a agência decidiu estender a possibilidade desse aval também para farmácias e drogarias. A medida faz parte das novas regras para funcionamento de serviços de vacinação, publicadas no “Diário Oficial da União”‘ no dia 26 de dezembro de 2017.
Entidades que representam médicos e clínicas privadas têm reagido contra a ampliação da vacinação para esses locais, alegando que não possuem estrutura.
Para Sidnei Ferreira, diretor do CFM (Conselho Federal de Medicina), a ausência de médicos expõe pacientes a risco e pode dificultar o assistência nos casos de eventos adversos à vacina. “Não estamos reivindicando que tenha médico na farmácia. O que não queremos é que a farmácia aplique vacinas. Quem decide sobre o atendimento em caso de evento adverso é o médico, que é o único capacitado para isso”, afirma.
Segundo ele, a autarquia planeja marcar reunião com a Anvisa neste mês para pedir que a norma seja revista. Em nota, o CFM informa que poderá “tomar as medidas judiciais cabíveis caso a situação irregular se mantenha”.
Outras entidades, como a Sbim (Sociedade Brasileira de Imunizações), também reagiram negativamente. “O que preocupa é que as regras não estão especificadas. Em um país como o nosso, podem ser interpretadas de diversas maneiras”, afirma Isabella Ballalai, da Sbim.
Para Walter Jorge João, presidente do Conselho Federal de Farmácia, a polêmica é “desnecessária”. “Já existem diretrizes bem definidas para aplicação de vacinas, e eventos adversos são raros”, diz ele.