Uso de telefone celular muda o comportamento em escola
Depois de anos de discussão foi aprovada uma lei estadual que terminou com a era da proibição do uso de celulares em salas de aula e permitiu seu emprego em atividades didáticas. Basta uma visita, ainda que rápida, a uma escola para perceber que a lei é quase nada diante de uma realidade visível —e, sobretudo, tensa.
A Escola Estadual Ministro Oscar Dias Correia fica no Jardim Bandeirantes, zona norte de São Paulo, quase na divisa com Caieiras. Foi inaugurada em 2006, em meio a mudanças intensas.
Maria de Fátima Soares Abreu é diretora da escola há seis anos. Nesse período viu se acentuar uma tendência que nota há uma década. “Antes, a família educava em casa e esperava que a escola complementasse com cultura. Hoje a pressão é tanta que a família espera que a escola cuide, que a escola eduque, que a escola dê cultura. Nesse bojo veio a questão do celular”, diz.
O aparelho entrou na sala de aula porque é um instrumento de comunicação que permite aos pais cuidar. Passou a ser entregue aos filhos para que recebessem notícias uns dos outros. E, nessa primeira função, tornou-se essencial para as comunicações de emergência da escola —embora exista ainda uma lei que proíbe tal atividade.
Cada vez que alguém precisa ligar para um celular é obrigatória uma justificativa por escrito —assinada pela diretora. São, em média, 400 por mês, tornando o aparelho fundamental.