Moradores vão a parque mesmo sem tomar vvaacciinnaa
Frequentadores do Horto Florestal se arriscam a contrair febre amarela após reabertura do parque
O aviso na entrada do Horto Florestal, na zona norte da capital, alertando sobre o risco de febre amarela e recomendando a vacinação contra a doença não foi suficiente para impedir a visita, ontem, de quem não estava imunizado. O parque foi reaberto anteontem após ficar fechado por quase três meses devido ao risco da doença.
Em uma hora e meia, a reportagem encontrou ontem cinco pessoas que não tinham tomado a vacina e outras cinco que tinham se vacinado no dia anterior, o que não garante a imunização —são necessários dez dias para a proteção começar a fazer efeito no organismo.
O técnico de radiologia Rafael Gomes, 27 anos, disse que não tomou a vacina e nem vai tomar porque não acredita na sua eficácia e também desconfia da gravidade da doença. “Sou um pouco cético quanto à doença e à vacina. Mas se está morrendo gente, porque reabriram o parque?”, disse.
A autônoma Josiane Neves, 34 anos, e o marido, o garçom Rogério do Nascimento, 36 anos, também foram ao parque ontem sem se vacinar. Apenas os filhos deles, Kevin, 18 anos, Joaquim, 10, e Lorena, 3, estavam imunizados. “Não sabia que o parque estava aberto. Só soube do risco [da febre amarela] e da necessidade da vacina na entrada. Mesmo assim decidimos dar uma volta”, disse Josiane, que pretende tomar a vacina o quanto antes.
O agente de segurança Waldemar Moreti, 36 anos, e outras quatro pessoas da família que estavam com ele tomaram a vacina ontem. Ele disse que sabia do prazo para fazer o efeito. Ainda assim, decidiu passear no Horto com a família. “Não estou com medo de ser picado.”