Salário de até R$ 3.556 deveria ser isento do IR
A conclusão é de um estudo do sindicato de auditores fiscais; tabela do IR não é corrigida desde 2015
A tabela do Imposto de Renda— que determina quanto cada contribuinte deve pagar ao Fisco de acordo com a faixa salarial— acumula defasagem de 88,4% desde 1996, segundo estudo do Sindifisco (sindicato dos auditores fiscais da Receita Federal).
De acordo com o levantamento, se a tabela fosse corrigida pela inflação acumulada dos últimos 21 anos, não teria desconto do IR quem recebesse salário de até R$ 3.556,56. Hoje, é isenta a renda mensal de até R$ 1.903,98.
A diferença de R$ 1.652,58 “pune as camadas de mais baixa renda”, afirma o presidente do Sindifisco Nacional, Cláudio Damasceno.
Ele avalia, ainda, que, com a falta de correção, o governo obriga o trabalhador a pagar mais imposto do que deveria e que o prejuízo para o contribuinte só não ficou maior porque o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) de 2017, que é a inflação oficial do país, foi um dos mais baixos em quase 20 anos: 2,95%.
A última atualização da tabela do IR foi em 2015. Quando o governo não a corrige (ou a atualiza abaixo da inflação), tanto o trabalhador e o aposentado de menor salário quanto os de outras faixas saem prejudicados. A correção da tabela aumentaria a quantidade de trabalhadores isentos da mordida do Leão e os demais contribuintes pagariam menos imposto. As deduções permitidas no IR também seriam mais vantajosas se houvesse atualização.
Enquanto a tabela não é reajustada, o governo mantém a base de cálculo do imposto e arrecada mais, já que os salários tendem a aumentar, acompanhando índices de inflação.