LLeii da Maccconha
Redução no Uruguai em quatro anos após aprovação é de 18%; venda em farmácia começou em julho
Quatro anos depois de aprovada, a Lei da Maconha já produz alguns resultados positivos no Uruguai. O governo comemora a redução em 18% de crimes relacionados ao narcotráfico e o fim das filas nas farmácias, que sofreram com a falta de abastecimento durante o início da implementação do sistema, em julho.
Hoje, segundo a legislação, estão vigentes três formas de acesso à marijuana: cultivo individual de até seis plantas, clubes de cultivo (que podem ter de 15 a 45 membros) e venda em farmácias.
Em todos os casos, os usuários devem ser registrados, ter mais de 18 anos e possuir nacionalidade uruguaia ou residência permanente no país.
Cultivadores particulares e clubes de cultivo são visitados regularmente para conferir se estão sendo respeitados os limites de produção.
Agora, está em curso o cultivo para a produção de remédios para a indústria farmacêutica.
Um dos principais desafios deste verão, temporada em que as praias uruguaias recebem milhares de turistas, é esclarecer que não é permitida a venda a estrangeiros.
Há uma campanha com publicidade nas ruas e controle de alguns clubes de cultivo que começaram a oferecer tours como fazem as adegas, cobrando até US$ 250 (R$ 800) a visita, mais a degustação da droga. Dois dos que praticavam esse tipo de “passeio” foram fechados. Há pressão para que o governo libere a venda a turistas.
No balneário de El Fortín, vive uma das protagonistas da aprovação da lei da maconha, a estudiosa da marijuana Alicia Castilla, 72 anos, e seu marido, o antropólogo Daniel Vidart, 97.
Em 2011, Castilla, autora de livros sobre o tema, foi presa por ter no quintal 29 pés de maconha. “Eram para uso pessoal, eu não plantava para vender. Vivo de escrever sobre o assunto, não de traficar droga”, disse.
Sua prisão teve grande repercussão e originou atos e marchas pela liberação.