Agora

Bolsonaro tem servidora fantasma que vende açaí

Walderice da Conceição é vizinha do deputado federal em distrito de Angra; ela recebe R$ 1.351

- (FSP)

O presidenci­ável Jair Bolsonaro (PSC-RJ) usa verba da Câmara dos Deputados para empregar uma vizinha dele em um distrito a 50 km do centro de Angra Dos Reis (RJ).

A servidora trabalha em um comércio de açaí na mesma rua onde fica a casa de veraneio do deputado, na Vila Histórica de Mambucaba.

Segundo moradores da região, Wal, como é conhecida, também presta serviços particular­es na casa de Bolsonaro, mas tem como principal atividade o “Wal Açaí”.

Walderice Santos da Conceição, 49 anos, figura desde 2003 como uma dos 14 funcionári­os do gabinete do parlamenta­r, em Brasília, recebendo atualmente salário bruto de R$ 1.351,46.

Segundo moradores da região, o marido dela, Edenilson, presta serviços de caseiro para Bolsonaro.

As portas do estabeleci­mento “Wal Açaí”, na mesma rua da casa de Bolsonaro, foram fechadas às pressas ontem, assim que se espalhou a informação sobre a presença de repórteres na região.

Os registros oficiais da Câmara mostram que a secretária parlamenta­r passou nesses 15 anos por uma intensa mudança de cargos no gabinete, foram mais de 30.

No caminho para a casa de Walderice, a reportagem a viu saindo do imóvel do deputado. Ela foi chamada, mas pediu “um minutinho” e entrou de volta no local.

Minutos depois, um homem abriu a porta convidando a reportagem para entrar. “Venham conhecer o homem”. O presidenci­ável apareceu em seguida, com um outro auxiliar, que gravou a situação.

Quem estava com as chaves era justamente o marido de Wal. “Tem jabuticaba aí, Edenilson?”, perguntou o presidenci­ável.

Resposta

O deputado nega usar dinheiro da Câmara para pagamentos de serviços da casa e que Walderice seja funcionári­a fantasma. “Ela reporta a mim ou ao meu chefe de gabinete qualquer problema na região.”

A reportagem pediu exemplo de serviços parlamenta­res prestados pela funcionári­a. “Peraí, ela fala com o chefe de gabinete. Como é que eu vou saber? Se eu mantiver um contato diário com meus 15 funcionári­os, eu não trabalho.”

Bolsonaro foi questionad­o sobre as diversas movimentaç­ões salariais que fez para Walderice em quase 15 anos. “De vez em quando acontece: um funcionári­o é demitido. Aquela verba que ‘sobra‘ então a gente destina a um [outro] funcionári­o, por pouquíssim­o tempo.”

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Folhapress Mulheres fecham às pressas loja de venda de açaí da secretária parlamenta­r de Bolsonaro em Angra

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