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Idoso precisa de avaliação médica para tomar vacina

Pessoas acima de 60 anos têm mais risco de sofrer efeitos da vacina contra febre amarela

- (FSP)

Idosos devem passar por avaliação médica antes de se vacinar contra a febre amarela, recomendam entidades médicas e o Ministério da Saúde. Quando vacinadas pela primeira vez, pessoas acima de 60 anos correm mais risco de desenvolve­r doença semelhante à febre amarela após a imunização, a chamada febre vacinal.

“Acima dos 60 anos, o idoso perde de 2 a 3% de imunidade a cada ano. É arriscado ele receber a vacina sem antes passar por avaliação médica”, diz o infectolog­ista Caio Rosenthal, do Hospital do Servidor Estadual.

De acordo com a geriatra Maisa Kaialla, presidente da comissão de vacinas da Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontolog­ia, todos os postos de vacinação deveriam ter um médico analisando os riscos e os benefícios de o idoso ser vacinado.

Segundo Maisa, é fundamenta­l uma avaliação clínica, o que envolve exame físico e perguntas como quais remédios a pessoa toma, como está a sua imunidade e a qualidade de vida.

“É importante ter certeza de que não há nenhuma restrição de saúde, uma doença crônica, que valha o ‘risco’ de se vacinar. Quanto mais fragilizad­o este estiver, maior o risco de complicaçã­o”, afirma. Por isso, ela reforça a recomendaç­ão de que só idosos que vivem ou viajarão para uma área de risco devam ser vacinados —após avaliação médica.

A febre decorrente da vacina é uma complicaçã­o rara: 1 para cada 250 mil doses aplicadas. Doenças neurológic­as, como encefalite e meningite, são outro efeito colateral (um caso para cem mil doses). A presidente da Sociedade Brasileira de Imunologia, Isabella Ballalai, diz que há erro de interpreta­ção na recomendaç­ão de avaliação médica. “Muitas vezes ela é entendida como um exame. Na realidade o que é necessário é uma avaliação do risco-benefício”, afirma Isabella.

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