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Homem passa dois dias com dentadura presa na garganta

Aparelho para fazer endoscopia quebrado e burocracia fazem paciente esperar por mais de 40 horas

- (UOL)

Antonio Monteiro Cantalice, de 59 anos, precisou esperar mais de 40 horas para ter uma prótese dentária retirada da garganta porque o aparelho de endoscopia do Hospital Regional de Ferraz de Vasconcelo­s (Grande SP) estava quebrado e porque o hospital Santa Marcelina, Itaquera (zona leste), se recusou a atendê-lo em razão de normas internas.

Cantalice havia improvisad­o o conserto da dentadura. “Ele fez uma gambiarra com plásticos para segurar. Ele precisava tirar para comer. Mas, na terça-feira, ele tirou para colocar no bolso e não percebeu que a prótese caiu no prato. Ele acabou engolido porque nunca mastiga para comer”, contou Michele Maria Cantalice, a filha.

Por volta das 14h, ele já estava no Hospital Regional. Depois de um exame de raio-X, a médica concluiu que apenas uma endoscopia ou cirurgia poderia retirar a dentadura. “Mas a máquina estava quebrada e não havia cirurgião”, diz Michele.

A médica, então, pediu à Central de Regulação de Ofertas de Serviços de Saúde uma transferên­cia para o hospital Santa Marcelina, o que aconteceu somente às 11h de anteontem. Porém, o Santa Marcelina não quis atender, pois a regra obriga que o paciente chegue em uma ambulância e acompanhad­o por um médico, e não uma enfermeira.

Cantalice começou a passar mal, e acabou atendido no Santa Marcelina. Por volta das 11h, a médica retirou a prótese por meio da endoscopia. Na volta para o Regional, outra espera de seis horas para a liberação.“O medo do dentista é grande, mas é melhor tomar uma anestesia do que passar por tudo isso de novo”, diz Antonio.

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Arquivo Pessoal Imagem do raio-X mostra a dentadura presa na garganta de Antonio Monteiro Cantalice, 59 anos

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