Mínimo voltou ao patamar de 2015
O salário mínimo de 2018, em vigor desde 1º de janeiro, voltou ao mesmo patamar do mínimo de três anos atrás, de acordo com o Dieese (Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos).
A entidade diz que o retorno a esse patamar se deve aos dois anos seguidos de reajuste do mínimo abaixo do índice de inflação, o INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor). Neste ano, o salário teve correção de 1,81%, enquanto a inflação foi de 2,07%. Em 2017, o mínimo foi reajustado em 6,48%, abaixo da inflação de 6,58%. Com isso, os trabalhadores tiveram perda no seu poder de compra.
Em 2015, o piso válido era de R$ 788, mas passa para R$ 953,87 quando esse valor é corrigido pela inflação acumulada desde então.
O valor é semelhante ao definido pelo governo do presidente Michel Temer para o salário mínimo deste ano, de R$ 954.
O órgão defende que o governo revise o reajuste anunciado para este ano “de modo a devolver ao salário mínimo o poder de compra do início do ano passado”. O
Considera a inflação do ano anterior, mais o crescimento do país dois anos antes, medido pela variação do PIB
Como a economia não cresceu, o esperado era ter só o reajuste da inflação Dieese também cobra a compensação da perda ocorrida em 2017.
O Ministério do Planejamento afirmou que o governo vai compensar o reajuste abaixo da inflação em 2018 quando for definir o salário mínimo de 2019. Esse mecanismo está previsto na lei.
Ainda segundo os cálculos do Dieese, o reajuste do salário mínimo vai injetar cerca de R$ 10,5 bilhões na eco- nomia neste ano.
O aumento foi de R$ 17 em relação ao ano passado, e 48 milhões de brasileiros têm seus rendimentos referenciados pelo salário mínimo. Com isso, chega-se ao valor de R$ 10,5 bilhões a mais na economia. O maior impacto vai ser entre os beneficiários do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social), dos quais 23.239 milhões recebem salário mínimo.