Grupo faz bordado ccrroocchhêê para enfeitar muros e postes
Coletivo formado por sete mulheres realiza intervenções artísticas coloridas em espaços urbanos de São Paulo
Já pensou em andar pelas movimentadas ruas da capital e olhar para uma grade, árvore, portão ou muro e se deparar com desenhos ou frases feitos de bordado ou crochê? É esse o trabalho que um grupo de mulheres faz há dois anos e meio. Elas transformam parte da cidade por meio das linhas e da arte.
São pássaros, flores, corações, bambolês, círculos, frases de protesto e o que a criatividade sugerir no momento da criação do projeto. Tudo feito de uma maneira poética e colorida.
O coletivo Meiofio é formado por sete mulheres que usam as técnicas do crochê e do bordado nos espaços urbanos, sejam públicos ou privados. Elas entendem que, com o trabalho, as pessoas vão prestar mais atenção por onde passam.
O grupo faz a intervenção e deixa no local pelo tempo que durar. Há projetos que duram meses e outros, ho- ras. A forma de fixar também depende do tipo do local: usam de grades a pregos.
“Você coloca na cidade e ela decide o que vai fazer. O mais importante é que mude o olhar da pessoa que está passando por aquele lugar, que ela olhe para aquilo e reconheça o lugar de alguma forma”, disse Nara Rosetto, 30 anos, arquiteta e integrante do coletivo.
Participação
Também membro do grupo, a arquiteta Carol Stoppa, 35 anos, diz que o coletivo gosta de chamar a população para ajudar na execução do projeto. “Quando você se reconhece no espaço, começa a cuidar mais. Sempre que tiver a participação do público no processo vale a pena. Estamos tão ligados à tecnologia que esse ‘fazer manual’ está quase esquecido.”
Segundo as integrantes, a escolha do local para colocar o bordado depende muito da proposta que estão buscando, que pode ser de comemorar alguma data importante até algo do dia a dia.
Se alguém oferecer o portão, por exemplo, para receber um bordado, o coletivo vai ouvir a história da pessoa para saber se encaixar com alguma proposta do grupo.