Agora

Lava Jato tem 17 réus soltos após segunda condenação

Apenas três foram presos depois da confirmaçã­o de tribunal que julgará Lula semana que vem

- (FSP)

Ao menos 17 réus da Lava Jato já tiveram suas condenaçõe­s confirmada­s no Tribunal Regional Federal, como pode acontecer com o ex-presidente Lula no próximo dia 24, mas ainda não foram presos devido a recursos na própria corte.

Desde o início da operação, há quase quatro anos, apenas três acusados que estavam soltos tiveram a prisão decretada devido à conclusão de seus processos na segunda instância, situação que pode ocorrer com o petista, se os juízes da corte entenderem que é culpado.

Essa “antessala” da cadeia tem alvos conhecidos da Lava Jato, sendo o principal deles o ex-ministro José Dirceu, que conseguiu no Supremo Tribunal Federal o direito de responder o processo em liberdade.

Dirceu foi condenado por Moro em 2016, teve a pena confirmada pelo Tribunal Regional em setembro e agora aguarda a conclusão de pendências de seu julgamento.

Esses embargos são encaminhad­os pelas defesas para questionar a decisão principal da corte, mas não costumam reverter o teor do que foi determinad­o. Ou seja: é improvável uma reviravolt­a no atual estágio, e o ex-ministro deve acabar voltando à prisão, mas não há prazo.

Além de Dirceu, estão nessa situação o ex-sócio da empreiteir­a Engevix Gerson Almada, executivos da Mendes Júnior e Galvão Engenharia que chegaram a ser presos (mas recorrerem em liberdade) e o ex-assessor do Partido Progressis­ta João Cláudio Genu, conhecido por ter sido condenado no escândalo do mensalão. Alguns deles respondem em liberdade graças a habeas corpus obtidos no Supremo —casos de Genu e Dirceu.

O número de casos só não é maior porque parte dos condenados recebeu penas pequenas, na qual não há obrigação de cumpriment­o de prisão em regime fecha- do, e porque dezenas de condenados são delatores que firmaram acordo com a Justiça. Eles estão em regimes alternativ­os de cumpriment­o de pena, como o domiciliar ou até o aberto.

Uma minoria já foi condenada em segunda instância, mas já estava presa preventiva­mente por ordem de Moro —caso do ex-presidente da OAS Léo Pinheiro, que é réu na mesma ação de Lula e em outros processos.

Além deles, há cerca de outras 25 pessoas em prisão preventiva (sem prazo determinad­o) sob ordem de Moro. Desde 2014, o juiz já condenou 110 pessoas na operação —três delas foram absolvidas pela corte com sede em Porto Alegre.

Para Lula, o impacto maior do julgamento no Rio Grande do Sul neste mês deve ser sobre seus direitos políticos para se candidatar. Especialis­tas entendem que a confirmaçã­o da condenação pela segunda instância já é suficiente para enquadrar um candidato na Ficha Limpa, ainda que possa haver julgamento de embargos.

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