Solução caseira Efeito Carille
Sucesso de técnico do Corinthians leva mais clubes a apostar em auxiliares promovidos ao posto de treinador
Quando definiu que Fábio Carille seria o técnico do Corinthians, há pouco mais de um ano, Roberto de Andrade claramente não sabia o que estava fazendo. Dias antes, ao anunciar a demissão de Oswaldo de Oliveira, o presidente havia deixado claro que o único nome descartado era o do próprio Carille.
Diante da negativa do colombiano Reinaldo Rueda e da falta de opções, o auxiliar acabou sendo promovido. E, com o inesperado sucesso alvinegro na temporada, consolidou um movimento que já estava sendo observado com alguma timidez.
O paulista de 43 anos, hoje com 44, juntou-se a Jair Ventura e a Zé Ricardo, que estavam em situação semelhante no Botafogo e no Flamengo. Campeão estadual e brasileiro em 2017, superando as expectativas com um time tido como limitado, provocou uma espécie de “efeito Carille” para 2018.
O Internacional, por exemplo, efetivou Odair Hellmann. O profissional de 40 anos, que trabalha desde 2010 no Os assistentes promovidos a treinadores clube, ganhou a chance depois de conduzi-lo nas últimas rodadas da Série B do Campeonato Brasileiro.
Ao justificar a escolha, o vice-presidente de futebol colorado, Roberto Melo, citou justamente o exemplo do Corinthians. Há mesmo semelhanças, já que o técnico alvinegro chegou em 2009, auxiliou vários técnicos e conheceu bastante o clube antes de virar o comandante.
“O Odair é identificado com o Inter, tem se preparado há muito tempo”, afirmou o dirigente, descartando a possibilidade de buscar alguém mais bem estabele- cido no mercado —e mais caro. “Os treinadores em evidência hoje não têm esse perfil cascudo. O campeão brasileiro não tem esse perfil: o Fábio Carille.”
Não foi um caso isolado. O Botafogo, que perdeu Jair Ventura para o Santos, repetiu a fórmula promovendo Felipe Conceição. Rebaixado à Série B, o Coritiba tentará se reerguer com o ex-assistente Sandro Forner.
Há outros exemplos (veja ao lado). Todos tentam repetir o que conseguiu o clube do Parque São Jorge, meio sem querer, apostando em gente da casa.