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Vendido no Facebook, egípcio pode bater marca

- (FSP)

O egípcio Essam El-Hadary pensou em parar no início de 2017. Não estava em boa fase, havia se desentendi­do com o presidente do Wadi Degla, clube em que atuava. Para humilhá-lo, o cartola o colocou à venda nas redes sociais, pelo Facebook.

Aos 44 anos, o goleiro não via grande futuro no esporte.

Convocado pela seleção para a Copa Africana, viajou como terceiro goleiro. Foi quando a maré virou.

Ele jogou todas as partidas, virou titular e vive a expectativ­a de ser o jogador mais velho a disputar um Mundial

Amanhã, El-Hadary vai completar 45 anos.

“Desde que vi o Egito jogar na Itália em 1990 sonho com isso. A Copa é a força que me faz sair da cama todas as manhãs”, diz o goleiro.

Sua convocação é quase certa. Resta saber se o técnico da seleção, o argentino Hector Cúper, vai escalá-lo como titular. Se isso acontecer, El-Hadary superará o também goleiro Faryd Mondragón, que se tornou o mais velho da história do torneio ao entrar como substituto na partida da Colômbia contra o Japão, aos 43, em 2014.

“Perceber que poderia jogar a Copa me deixou mais jovem. Eu não sinto nenhum peso da idade”, comenta.

El-Hadary fez o primeiro jogo pela seleção em 1996. Depois, foram outros 155. Foi quatro vezes campeão da Copa Africana de Nações (1996, 2006, 2008 e 2010). Passou 12 anos no Al-Ahly, o clube mais tradiciona­l no país. Ganhou oito vezes o Nacional e quatro a Liga dos Campeões.

Nem esperava atuar na Copa Africana de 2017, mas o titular El-Shennawi se machucou na estreia diante de Mali. O reserva imediato, Ekramy, não estava bem fisicament­e. El-Hadary entrou e não saiu mais. Defendeu dois pênaltis contra Burkina Fasso que levou o Egito à final.

Apesar da derrota para Camarões na decisão, ficou no time nas eliminatór­ias que classifica­ram o Egito para o Mundial pela primeira vez após 28 anos.

“Os outros jogadores me olham com respeito e isso me deixa feliz. Nós vamos à Copa como irmãos”, define.

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