Santos Vida de azarão
Peixe perde craques, não tem grana para investir, mas confia no trabalho do novo técnico, Jair Ventura
Campeão de quatro dos sete Estaduais disputados nesta década, o Santos se acostumou a ser protagonista no Paulistão, mas desta vez iniciará o campeonato como azarão. Sem grana em caixa, o clube perdeu jogadores importantes, não fez grandes investimentos e assumiu o rótulo de quarta força que caiu tão bem ao rival Corinthians no ano passado.
“Estamos atrasados em relação aos outros clubes”, admitiu José Carlos Peres, que sucedeu Modesto Roma Jú- nior na presidência do Peixe. “Mas o elenco não é ruim, é bom. E o Jair Ventura é uma grata surpresa. Os jogadores estão encantados, a diretoria também se impressionou. É um treinador jovem, porém experiente, e quer disputar todas as competições. Tem o perfil do Santos.”
O filho de Jairzinho ganhou projeção nacional por fazer de um Botafogo sem estrelas uma equipe competitiva. No Peixe, ele até encontrará jogadores badalados: o goleiro Vanderlei e o atacante Bruno Henrique, que fizeram ótimo Brasileirão em 2017 —o camisa 1 entrou até na seleção da CBF. Por outro lado, o Alvinegro Praiano perdeu o lateral esquerdo Zeca, o meia Lucas Lima e o centroavante Ricardo Oliveira.
Entre os reforços, por enquanto, não há nenhum cra- que. Romário, que disputou a Série B, será o substituto de Zeca, e o atacante Eduardo Sasha foi emprestado pelo Inter até o final do ano.
“Sabemos que as perdas do Lucas e do nosso artilheiro [Ricardo Oliveira] são significativas. Falam de elenco, finanças... Alguns estão em melhor situação que outros. Mas o Santos tem uma camisa superpesada. Todos sabem da história e do quanto revela craques. O Santos é o Santos”, destacou Jair.
Como sempre, há a esperança de que novos Meninos na Vila desabrochem. O candidato neste ano é o atacante Rodrygo, de 17 anos. Foi com essa idade, aliás, que Neymar estreou, no Paulista de 2009, levou um desacreditado Peixe à final e semeou o terreno para fazer história com a camisa alvinegra.