Blocos se mobilizam por ‘Carnaval sem bomba’
BaianaSystem e Karol Conka
Organizadores de blocos do Carnaval de São Paulo decidiram se mobilizar para evitar a utilização de bombas de gás lacrimogêneo e balas de borracha pela Polícia Militar na repreensão aos foliões.
A queixa, que já vem de anos anteriores, se repetiu no sábado na festa de préCarnaval do bloco Minhoqueens, no Bexiga (centro), que terminou em confusão, correria e participantes feridos. A PM disse que só agiu após pedir a liberação da via.
Um manifesto foi publicado ontem em página de rede social do bloco Acadêmicos do Baixo Augusta, que atrai multidões pelo centro.
Para os organizadores, a repressão violenta é indício de falta de preparo do poder público em lidar com a proporção cada vez maior do Carnaval de rua de São Paulo.
Já a gestão João Doria (PSDB) diz que exige dos blocos um pedido de autorização para ensaios fora do calendário oficial do Carnaval, que só começa no primeiro fim de semana de fevereiro.
Segundo a prefeitura, isso não foi cumprido. Nas próximas duas semanas, há ao menos 12 ensaios de blocos previstos —antes das datas oficias da folia paulistana.
“Não pedimos autorização porque o ensaio iria acontecer dentro de um bar”, afirma Fernando Magrin, organizador do Minhoqueens. Pela lei municipal, eventos em locais públicos com mais de 250 pessoas demandam alvará de autorização.
Questionada pela reportagem, a PM, ligada ao governo Geraldo Alckmin (PSDB), não se manifestou ontem.
A prefeitura irá multar o dono do bar onde o ensaio foi organizado em R$ 95 mil. O comerciante Francisco Pereira de Souza, proprietário do Bar do Chicão, disse que ainda não foi notificado.