No Chile, papa Francisco deve ter público mais
País é onde menos se tem confiança no pontífice entre os latino-americanos, segundo pesquisa
O papa Francisco chegou ao Chile na noite de ontem ciente de que não é campeão de popularidade por ali.
Segundo o instituto Latinobarómetro, trata-se do país latino-americano onde menos se confia neste pontífice (sua nota é de 5,3, ante uma média de 6,8 de sua avaliação na região), e na Igreja Católica, em geral, com apenas 45% dos chilenos se declarando católicos —o índice caiu cerca de 20 pontos percentuais desde 2010.
A Igreja chilena diz que há mais de 13 milhões de católicos no país, ou seja, 74% da população. Mas pesquisas indicam que esse número estaria em torno de 59%.
A queda se acentuou após a divulgação, em 2010, dos crimes de pedofilia do então sacerdote Fernando Karadima, um dos religiosos mais importantes do país.
O Vaticano o considerou culpado de 75 casos de abusos a menores, afastando o sacerdote em 2011.
No avião, a caminho do Chile, Francisco disse estar com medo do perigo de uma guerra nuclear.
Seu comentário ocorreu após o Estado americano do Havaí emitir um alerta falso no fim de semana de míssil que gerou pânico e destacou o risco de uma possível guerra nuclear não intencional com a Coreia do Norte.
“Eu acho que nós estamos no limite. Estou realmente com medo disto. Um acidente é o suficiente para precipitar as coisas”, afirma, sem citar possíveis países.
O papa tem frequentemente chamado a atenção aos perigos de uma guerra nuclear e em novembro pareceu endurecer os ensinamentos da Igreja Católica contra armas nucleares, dizendo que países não devem estocá-las mesmo para propósitos de dissuasão.
Autoridades do Vaticano entregaram para a imprensa no avião uma fotografia de 1945 que mostra um jovem japonês carregando nos ombros seu irmão morto depois do ataque americano com a bomba atômica na cidade de Nagasaki.