Agora

Tráfico de animais pode ter trazido o vírus da Amazônia

- (FSP)

O vírus da febre amarela atravessou o Brasil em uma viagem que desafia pesquisado­res de todo o país.

Estudo que será publicado pelo virologist­a Pedro Vasconcelo­s, diretor do Instituto Evandro Chagas, mostra que o tipo de vírus encontrado no Sudeste já circulava na Amazônia. Ele diz acreditar em duas explicaçõe­s para o deslocamen­to do vírus: tráfico de animais ou a viagem de pessoas infectadas, mas sem sintomas. “Macacos e mos- quitos podem até levar o vírus para áreas próximas, mas em longas distâncias, não tem como isso acontecer.”

Nas últimas duas décadas, o vírus, antes concentrad­o no Norte e no Centro-Oeste, vem avançando em direção à costa. Entre julho de 2016 e junho de 2017, foram registrado­s 779 casos e 262 óbitos, principalm­ente em Minas.

Para o epidemiolo­gista Eduardo Massad, da USP, a concentraç­ão de registros em municípios mineiros da re- gião do rio Doce indica que isso pode estar relacionad­o ao desastre de Mariana (MG). Para ele, a tragédia pode ter contribuíd­o ao exterminar predadores do mosquito transmisso­r, como os sapos.

Outros especialis­tas acreditam que o desmatamen­to pode ter contribuíd­o: em áreas de mata menores, o vírus se disseminar­ia mais facilmente. E Minas, há uma década na área de risco, deveria ter imunizado toda sua população.

 ?? Bruno Rocha/Agência O Globo ?? Fila para vacinação contra a febre amarela em posto de saúde na Sé (centro), ontem; pesquisado­res tentam identifica­r como vírus chegou ao Sudeste
Bruno Rocha/Agência O Globo Fila para vacinação contra a febre amarela em posto de saúde na Sé (centro), ontem; pesquisado­res tentam identifica­r como vírus chegou ao Sudeste

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