Greve para linhas do metrô em dia de briga na JJuussttiiççaa
Em um mesmo dia, decisão suspendeu e outra autorizou concessão das linhas 5-lilás e 17-ouro
Uma greve parou parte das linhas do Metrô ontem, em protesto do Sindicato dos Metroviários contra a concessão das linhas 5-lilás e 17ouro pela gestão Geraldo Alckmin (PSDB). Ao mesmo tempo, em uma guerra de decisões na Justiça, a abertura das propostas chegou a ser vetada, mas foi liberada à noite. Hoje, a operação do metrô volta ao normal.
Por causa da paralisação, passageiros enfrentaram longas filas, ônibus lotados e disputa para entrar em coletivos tanto para chegar ao trabalho como para voltar para casa. Cerca de 4 milhões de passageiros usam o metrô diariamente. Durante todo o dia, o trânsito ficou complicado, e o rodízio foi liberado.
Apenas a linha 4-amarela, com operação privada, funcionou totalmente. O Metrô estima que 70% dos maquinistas que deveriam amanhecer trabalhando não se apresentaram. Foram chamados funcionários do alto escalão, que abriram algumas estações.
Assim, no decorrer do dia, a operação foi sendo ampliada. À noite, trechos das linhas 1-azul (entre as estações Saúde e Luz), 2-verde (Alto Ipiranga até Vila Madalena), 3-vermelha (Penha a Marechal Deodoro) e 5-lilás (Capão Redondo a Adolfo Pinheiro) estavam funcionando parcialmente. A linha 15prata (entre Oratório e Vila Prudente) estava fechada.
Os grevistas afirmaram que as estações seriam fechadas às 22h. Nas demais estações onde o metrô não circulou, uma frota extra de ônibus atendeu os passageiros, como na estação CorinthiansItaquera, fechada tanto para embarque na CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos) quanto no metrô.
Licitação
Ontem, véspera da entrega das propostas, a Justiça chegou a suspender a licitação do Estado para repassar as linhas 5-lilás (Capão Redondo-Chácara Klabin) e 17-ouro (monotrilho do aeroporto de Congonhas). A decisão foi derrubada horas depois.
O pedido de suspensão havia sido feito pelos vereadores Sâmia Bomfim e Toninho Vespoli, do PSOL. O juiz Adriano Laroca, em sua decisão liminar, questionava a remuneração do setor privado, os valores de pagamento pela concessão diante dos investimentos do governo nas linhas, a baixa competitividade da concorrência e até a autoridade do Metrô para conceder uma das linhas. Os metroviários criticam os mesmos pontos.
O presidente do Tribunal de Justiça, Manoel de Queiroz Pereira Calças, no entanto, reverteu a decisão.