Médico quer novas regras para trans
Em meio à polêmica com Tifanny, médico brasileiro da comissão da FIVB pedirá regras mais rígidas no vôlei
No momento em que a transexual Tifanny Abreu, 33 anos, destaca-se na Superliga feminina defendendo o time de Bauru, a FIVB (Federação Internacional de Vôlei) discute na quarta-feira, em reunião da sua comissão médica na Suíça, a presença na modalidade de atletas que mudaram de sexo.
Neste encontro, o médico brasileiro Bruno Borges, um dos seis integrantes da junta, vai sugerir controle mais rígido e diminuição do nível de testosterona no sangue para a liberação destas atletas.
Resolução do COI (Comitê Olímpico Internacional) de 2015 diz que uma transexual não precisa fazer cirurgia de mudança de sexo para competir entre as mulheres. Só é necessário que seja constatada a presença de no máximo 10 nanomol de testosterona por litro de sangue em dois exames feitos em até um ano e controle periódico.
“Considero o valor do COI muito elevado, e dois exames em um ano é pouco. Vou pedir mudanças e isso será discutido”, disse Borges.
Segundo o Bauru, os exames de Tifanny apontam valores abaixo de 1.
O caso de Tifanny não é único: Alessia Ameri, 31, joga na segunda divisão italiana. Na Espanha, Omaira Perdomo, 18, atua com mulheres.
Tifanny começou sua transição de gênero em 2012 e, dois anos depois, mudou de sexo. Com carreira apagada no masculino, hoje Tifanny é a maior pontuadora da Superliga feminina, com média de 23,3 pontos, à frente de Tandara (20), do Osasco.
Sua presença têm gerado insatisfação de dirigentes, técnicos e jogadoras.