‘Explode Coração’, de 1995, é reprisada no Viva e Ricardo Macchi, o cigano Igor, fala sobre críticas da época
Após 23 anos de sua exibição original, a novela “Explode Coração” (Globo, 1995) voltou ao ar pelo canal Viva, de segunda a sábado, às 23h30. E o ator Ricardo Macchi, 47 anos, continua sendo lembrado por sua atuação como o cigano Igor. Iniciando sua carreira como ator, ele foi criticado por sua per- formance, considerada sem expressão e robótica. Era evidente a dificuldade que tinha em expressar emoções. “Foi o meu primeiro trabalho. Sem nepotismo, sem tráfico de influência, sem ‘coach’, sem ninguém do elenco para me ajudar nunca em nenhuma cena. Mesmo assim, fiz 57 capas de revistas [por conta do papel]. Era a mídia que determinava o sucesso”, explica o ator, que, no entanto, diz que não está acompanhando a reexibição da novela. “Estou com uma peça em cartaz, que produzo e na qual atuo”, diz Macchi.
Ele revela que, apesar dos problemas, “Explode Cora- ção” teve grande importância em sua vida profissional. “A trama me deixa muito orgulhoso. [Para ser escalado] fiz teste a convite da Globo, sem nunca ter enviado material. Fui convidado nas minhas férias, quando trabalhava como modelo na Europa”, lembra ele, que ainda completa: “Foi incrível ser protagonista. Não da novela, mas do sucesso que ela fez. Uma cena minha chegou a 66 pontos de ibope. Meu personagem deu nome a mais de 100 mil meninos nascidos na época”.
Macchi lembra que a trama foi tão bem-sucedida que ele recebeu a jornalista Glo- ria Maria em sua casa para uma reportagem do “Fantástico” e que foi homenageado no “Domingão do Faustão”.
A quem ainda hoje o critica, o ator continua o desabafo. “Há muito orgulho das pessoas ao massacrar quem não possui blindagem por não pertencer a nenhuma patotinha”, dispara.
Desde então, Macchi fez dez novelas, dez peças e três longas-metragens, sendo que o último foi “Os Parças” (2017). E revela que produziu 34 documentários. “Sinto-me honrado por nunca ter precisado contratar uma assessoria para me comprar reputação”, encerra.