Agora

Empurrando a Previdênci­a com a barriga

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A cada dia se vê uma declaração diferente dos políticos sobre a reforma da Previdênci­a. Fulano diz que não sai mais em 2018, sicrano garante que vai já neste mês, beltrano fala que será adiada.

Nesta sexta-feira (9), o presidente Michel Temer (MDB) afirmou que, de zero a dez, a chance de o texto passar na Câmara dos Deputados é sete. Será?

A verdade é que as coisas estão bem difíceis para o governo. O presidente já teve de barganhar muito com os partidos para escapar de ser afastado do cargo por causa daquela famosa conversa com Joesley Batista, da JBS.

Em ano de eleição, os políticos estão mais preocupado­s em cuidar da própria vida. Ainda mais quem está enrolado com a Justiça e precisa garantir o mandato e o foro privilegia­do.

A turma do Planalto calcula que uns 270 dos 513 deputados vão votar a favor da reforma. Mas são necessário­s 308, porque se trata de uma mudança na Constituiç­ão.

Vai ser difícil juntar mais gente para apoiar uma proposta que exige sacrifício­s da população.

Mas, mesmo que as mudanças não sejam votadas, o problema não vai desaparece­r. O governo está na pindaíba, vivendo de dinheiro emprestado.

A solução pode até não ser a reforma que está em pauta, mas alguma coisa terá de ser feita. Se não for agora, vai ser em 2019, pelo próximo presidente.

Então é bom abrir o olho nessas eleições. Pode desconfiar de todo candidato que disser que está tudo bem e prometer mundos e fundos. Esse papo já veio na disputa de 2014 e deu no que deu.

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