Atrasados
Inflação baixa deixou a correção menor, mas ela é a única vantagem possível da espera pelo benefício
A correção dos atrasados do INSS já não é mais a mesma nesses tempos de inflação baixa. Mas como é quase impossível encurtar a espera de meses entre a solicitação da aposentadoria e a concessão do benefício, ainda vale a pena tentar acertar no pedido para garantir a bolada em salários acumulados.
Na capital paulista, o trabalhador que pedir uma aposentadoria neste mês vai esperar seis meses só para ser atendido em uma agência da Previdência Social na cidade, conforme consulta realizada na última quartafeira pela reportagem ao sistema de agendamentos do site meu.inss.gov.br.
Caso o segurado tenha a sorte de já sair do posto aposentado —o que só ocorre nos raros casos em que não há falha no cadastro das contribuições—, ele receberá os salários acumulados com uma correção de 1,5%, conforme estimativa do mercado para a inflação do período. É pouco se comparado aos 3,2% do mesmo período de 2016, quando a alta do custo de vida turbinava a correção.
Isso não significa prejuízo ao beneficiário, porém, pois o índice continuará a cumprir a função de evitar a perda do poder de compra dos salários pagos em atraso, explica o advogado Luiz Veríssimo, do Ieprev (Instituto de Estudos Previdenciários). “O que não vale a pena é pedir o benefício sem saber se tem ou pode comprovar o tempo de contribuição exigido”, afirma.
Para não esperar por atrasados que não serão pagos, o trabalhador deve conhecer as regras dos benefícios e conferir se tem os requisitos.