Saúde e liberdade
Não é de hoje que a obesidade se tornou uma praga que preocupa o mundo inteiro.
A questão vai muito além da estética. O excesso de peso pode provocar diabetes, doenças cardiovasculares e até alguns tipos de câncer.
Mesmo assim, os casos de obesidade aumentam no mundo inteiro, inclusive no Brasil.
Pesquisas indicaram no ano passado que quase 54% dos brasileiros estão acima do peso, sendo 19% obesos.
O mais preocupante é perceber que os maus hábitos alimentares começam desde cedo.
Por volta de 33% das crianças de 5 a 9 anos apresentam excesso de peso, e 14,3% são obesas.
Para controlar o sobrepeso infantil, alguns países declararam guerra aos alimentos não saudáveis.
Determinam mudanças nas embalagens, criam restrições à publicidade e aumentam os impostos de produtos como refrigerantes.
Personagens de anúncios infantis já foram até proibidos em certos lugares.
A meta é correta: melhorar a saúde da população. O problema é que essas medidas precisam ser tomadas com cuidado, para que exageros não limitem além da conta a liberdade de escolha do consumidor.
Um coisa é criar barreiras contra o cigarro, uma droga que vicia e prejudica o usuário e quem está em volta dele. Bem diferente é o caso da comida, que é necessária para a vida.
Mesmo os alimentos que engordam não são inadequados para todas as pessoas o tempo inteiro.
Difundir hábitos saudáveis de vida é uma tarefa muito importante do poder público. Mas só o cidadão pode decidir o que vai ou não comer.