Postos fecham vagas após alta da gasolina
Segundo federação da categoria, quase 30% dos empregos no setor foram fechados no ano passado
Chega a quase 30 mil o número de frentistas demitidos em 2017, em todo o Estado. A estimativa é da Fepospetro (Federação dos Empregados em Postos de Serviços de Combustíveis e Derivados de Petróleo de São Paulo). Entre os motivos estão a alta da gasolina —que subiu 29,54% no segundo semestre do ano passado—, a queda no consumo e a nova legislação trabalhista, em vigor desde novembro.
“Com base nas homologações do sindicato, as demissões estão perto de 30% do total de frentistas”, estima Luiz de Souza Arraes, presidente da Fepospetro. “Um vilão é o preço da gasolina, que fez cair o movimento nos postos. A nova lei trabalhista também faz muitos patrões demitirem frentistas para contratar sem registro e pagar menos. E também existem postos que vendem produtos clandestinos e ‘quebram’ os que seguem a lei.”
Gerente de um posto localizado na região central de SP, Everaldo Gomes, 45 anos, confirma. “Acho que mais motoristas estão deixando o carro em casa. O movimento caiu uns 25% nos últimos seis meses. Tanto que, nesse período, nosso posto fechou uma vaga”, conta. “Também tem mais motoristas usando etanol no lugar da gasolina.”
“Eu tinha sete anos de registro e fui demitido”, lamenta Antônio, 56 anos, que perdeu o emprego em novembro —e não quis informar o sobrenome por ainda ter processo trabalhista em andamento. “Mais três colegas da mesma rede também foram demitidos porque os patrões optaram por contratar outras pessoas pagando menos e sem registro.”
As demissões aumentaram 30%, segundo o sindicato dos empregados de postos de São Paulo Há empresas demitindo funcionários com mais de cinco anos de contrato O objetivo é reduzir custos
Com a grana curta, os consumidores estão abastecendo menos