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Intervençã­o no Rio enterra reforma das aposentado­rias

Constituiç­ão não pode ser alterada durante intervençã­o; oposição diz que governo tenta esconder a derrota

- (com FSP e Agências)

Sem apoio no Congresso e criticada nas ruas, a reforma da Previdênci­a deverá ir para o fundo da gaveta após o presidente Michel Temer (MDB) anunciar a intervençã­o das Forças Armadas na segurança pública do Rio.

A votação da reforma estava prevista para ser iniciada na semana que vem pela Câmara, mas o presidente da Casa, Rodrigo Maia (DEM-RJ), já avisou que o novo cenário impedirá a votação das mudanças na Previdênci­a.

Durante uma intervençã­o federal, o Congresso fica impedido de mudar regras que estão na Constituiç­ão, como é justamente o caso da criação das idades mínimas para as aposentado­rias.

Temer declarou ontem que poderia suspender temporaria­mente a ação no Rio para permitir a votação da Previdênci­a. Mas especialis­tas dizem que a manobra poderia ser considerad­a ilegal.

Aliados do Planalto sugeriram a votação da reforma em março. Mas para Maia, fevereiro seria o “prazo-limite”.

A urgência tem relação direta com as eleições de outubro, pois a maior parte dos parlamenta­res teme perder votos ao apoiar medidas considerad­as impopulare­s.

A oposição aponta a ação federal no Rio como uma manobra para encobrir a derrota governista em sua principal agenda. “É uma decisão política de mudar a pauta do país. Vendo que não ia aprovar a reforma da Previdênci­a, mudaram a pauta, resolveram fazer a intervençã­o no Rio”, disse a senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR), presidente da sigla.

“É na verdade uma grande cortina de fumaça”, afirmou o líder do PSOL na Câmara, Ivan Valente (SP).

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