Agora

Para Marina, não é o tempo que define o que é novo

Ex-senadora defende que políticos tenham ‘enraizamen­to’ e diz se preparar para a campanha deste ano

- (FSP)

Com experiênci­a em cargos públicos e em campanhas presidenci­ais —deve ir para sua terceira—, Marina Silva diz ver com bons olhos a entrada de novos nomes na vida pública, mas defende que política exige construção. “É preciso que se crie um processo de enraizamen­to.”

Terceira colocada no Datafolha, sobe para a segunda colocação no cenário sem Lula (PT), caso o ex-presidente seja impedido de concorrer por estar condenado, e aí disputaria com Jair Bolsonaro (PSC). No segundo turno, porém, ela venceria o deputado federal. Pergunta O que a decisão de Luciano Huck de não ser candidato muda no cenário eleitoral? Marina Ele não estava colocado nesse lugar de candidato, estava sendo colocado. Vejo com bons olhos os es- forços de renovação na política. Mas você tem um caminho de construção. Huck, com certeza, deve dar continuida­de ao trabalho nos movimentos dos quais ele está participan­do, de busca de novos quadros. Pergunta A sra. já afirmou que não acha adequado uma pessoa sem experiênci­a começar pela Presidênci­a. Marina É uma tese que eu advogo há tempos, antes de se colocar a candidatur­a do Huck. Falo o mesmo em relação a essa história de que é preciso alguém de fora da política, ou alguém que seja apenas um gerente. É bemvinda a contribuiç­ão, mas é preciso que se crie um processo de enraizamen­to. Os agentes políticos vão criando raízes em si mesmos, no contato com a população, com outros agentes. Você não faz política sozinho. Pergunta A sra. é apresentad­a por apoiadores como uma representa­nte do “novo”. Virá com essa roupagem na eleição? Marina Nunca foi tão necessária a ideia de novas propostas, novas posturas e novas atitudes na política. E isso não tem nada a ver com o tempo de participaç­ão na política. Isso tem a ver com encarar a política como um processo vivo, onde você não repete fórmulas. A única coisa que eu sei neste momento é que vamos fazer uma campanha onde vamos nos deparar com a firmeza e a clareza da verdade. É o momento de refundar a República, onde aqueles [políticos] que criaram o problema sejam generosame­nte encaminhad­os para um período de férias. Para reler seus estatutos e programas, conversar com pessoas que pagam o alto preço do desemprego e da corrupção. Pergunta Eleição sem Lula é fraude? Marina A eleição deve ser feita em obediência à lei. E a Lei da Ficha Limpa diz que os que não estiverem aptos de acordo com ela não podem participar. Não podemos ficar fulanizand­o as coisas, senão a gente cria pesos e medidas com base em quem está sendo julgado.

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Pedro Ladeira/Folhapress A ex-senadora Marina Silva na sede nacional da Rede, em Brasília; para ela, a lei da Ficha Limpa deve ser respeitada caso o ex-presidente Lula seja candidato

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