UBSs entregues por Haddad ainda estão sem funcionar
População reclama da demora para a abertura de dois postos de saúde na zona leste da capital
Duas UBSs (Unidades Básicas de Saúde) inauguradas na zona leste da capital por Fernando Haddad (PT) em sua última semana de governo, em dezembro de 2016, ainda não foram abertas para atendimento à população pela gestão João Doria (PSDB). Moradores do entorno reclamam da demora.
Quem passa por fora vê a UBS Jardim Romano, no Itaim Paulista, em perfeito estado de conservação. O prédio começou a ser construído ainda no primeiro semestre de 2015, tem dois pavimentos, elevador, nove consultórios, entre outras salas de atendimento. Serviria para beneficiar mais de 20 mil famílias e desafogar o atendimento na região. O valor investido foi de R$ 3,8 milhões.
Na prática, não foi isso o que aconteceu. Há uma segurança tomando conta do prédio, que continua com os portões fechados e quem precisa de atendimento é obrigado a caminhar até 40 minutos ou, pior, se deslocar até a vizinha Itaquaquecetuba (leia mais abaixo). Segundo moradores, o prédio ainda não tem equipamentos.
Em Itaquera, a UBS Conjunto A.E. Carvalho foi instalada onde funcionava um Caps (Centro de Atenção Psicossocial). O prédio foi reformado pela prefeitura, mas nada ainda de estar aberto. O custo não foi informado. “A gente lutou muito para abrir isso aqui no lugar do Caps, mas até agora nada. Queriam depois que fosse só para idosos, mas brigamos para que fosse para toda a população”, afirma a aposentada Francisca Ieda Pinheiros Bezerra, 66 anos.
Sem o posto em Itaquera, a dona de casa Ingrid Menezes, 21 anos, até tentou atendimento para a filha de dois anos na UBS Vila Regina, a mais próxima, mas não conseguiu. Foi obrigada a cadastrá-la em uma unidade de Guaianases, perto da casa do pai da criança. “Se a consulta será às 9h, tenho que sair às 7h30 e já perco o dia dela na creche”, afirma.