Estudantes são dispensados em greve da rede municipal
Professores pararam contra reforma da Previdência municipal. Pais reclamam que não foram avisados
Alunos da rede municipal de educação não tiveram aulas ontem por conta da paralisação dos professores, que protestaram contra a reforma da Previdência proposta pela gestão João Doria (PSDB). Tucanos sugerem elevar a contribuição de todos os servidores municipais de 11% para 14%, até 18,2%, a depender do salário.
A reportagem ligou ou esteve em oito escolas, e todas confirmaram a paralisação. As unidades estavam abertas, mas a maioria dos professores não estava em aula. Havia cartazes na porta alertando sobre a paralisação.
Os pais reclamaram que não foram avisados sobre o problema e tiveram que adequar a rotina para cuidar das crianças que perderam aula. “Soube pelo meu filho, avisado por um coleguinha”, diz a dona de casa Rosângela de Souza, 42, que tem dois filhos estudando na Emei Evaristo da Veiga, Artur Alvim (zona leste).
Na mesma região, a recepcionista Amanda Fontes , 29, também tem dois filhos estudando em escolas municipais. “Fui deixar meu filho na Emei Piratininga e avisaram que tinham apenas dois professoras, que juntariam os alunos numa sala só e sairiam mais cedo. A Brigadeiro Haroldo Veloso estava fechada, com comunicado”, diz ela, que estava de folga ontem. “Se estiver assim em outro dia, irá atrapalhar.”
“Os professores foram orientados a avisar pais e alunos desde o dia 3, quando se definiu data da paralisação”, diz Cláudio Fonseca, presidente do Sinpeem (sindicato dos professores municipais). “Houve adesão parcial ou total de 70% das cerca de 1.600 escolas.”
A Apeoesp (sindicato dos professores estaduais) afirma que 40% da categoria pararam no Estado, na Grande São Paulo e no interior.