Agora

Reforma da Previdênci­a fica para depois das eleições

Governo desiste de votar reforma ao ver inseguranç­a jurídica para aprovar a PEC durante intervençã­o

- (FSP e Agências)

O governo do presidente Michel Temer (MDB) admitiu pela primeira vez que não conseguirá votar a reforma da Previdênci­a pelo menos até a eleição presidenci­al.

Ontem, o ministro da Secretaria de Governo, Carlos Marun, disse que a proposta está suspensa e que, na melhor das hipóteses, poderá ser retomada em novembro, depois das eleições.

Segundo ele, o Palácio do Planalto concluiu que não há segurança jurídica para revogar o decreto de intervençã­o federal no Rio de Janeiro, que impede a votação de uma PEC (Proposta de Emenda Constituiç­ão).

A ideia era suspender o decreto assim que o governo conseguiss­e reunir os 308 votos necessário­s para a provar a reforma do INSS na Câmara dos Deputados.

A manobra seria necessária, pois há um dispositiv­o legal que impede alterações na Constituiç­ão durante intervençã­o federal, justamente o caso da criação das idades mínimas nas aposentado­rias, que é de 65 anos, para os homens, e 62 anos, para as mulheres.

“A questão da segurança pública assumiu um caráter tão explosivo que tornou necessário tomar uma medida e o efeito colateral neste momento é a suspensão da reforma previdenci­ária”, disse Marun, escalado pelo governo para articulaçã­o com o Congresso Nacional.

Nos bastidores, contudo, o Palácio do Planalto reconhece que dificilmen­te haverá condições de a reforma ser votada após a eleição e que o tema deverá ficar para o próximo governo.

O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), disse que as mudanças no INSS só podem ser votadas após a eleição se isso for acordado com o presidente eleito.

Além das idades mínimas, o texto prevê alterar outros pontos, como o cálculo de benefícios e as regras para os servidores.

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Brazil