Sete fases da Lava Jato ficam sem conclusão
Fases da Lava Jato que atingiram figuras de destaque no meio político e empresarial não foram levadas adiante na Justiça até agora.
Entre as 47 etapas da operação no Paraná desde 2014, ao menos sete não geraram até o momento denúncias do Ministério Público Federal.
Batizadas com nomes alusivos aos alvos, como Arquivo X (sobre o empresário Eike Batista) ou Abate (com foco no ex-deputado pelo PT Cândido Vaccarezza), essas fases resultaram em ao menos 18 prisões decretadas pelo juiz Sergio Moro, mas nenhum dos investigados está preso.
Não se tornou ação, por exemplo, investigação paralela a respeito do mesmo prédio no Guarujá (86 km de SP) onde fica o tríplex atribuído ao ex-presidente Lula. Chamada de fase Triplo X, foi deflagrada há dois anos e apurou lavagem de dinheiro em outros imóveis do edifício (veja outros casos ao lado).
O fato de esses braços da Lava Jato não terem se tornado ações penais não significa que tenham sido arquivados. Indica que não foi possível obter até agora provas contra os suspeitos suficientes para apresentar uma acusação formal à Justiça.
Em casos de repercussão, foram apresentadas denúncias contra os acusados poucas semanas após a deflagração das operações.
Ao apresentar denúncia, o Ministério Público conclui sua versão sobre determinada irregularidade levantada e acusa formalmente os investigados. Caso o juiz aceite a peça, é aberta uma ação penal e os acusados viram réus.
Resposta
A força-tarefa da Operação Lava Jato no Paraná afirma que precisa “estabelecer prioridades” e que cada apuração depende de uma série de fatores para avançar. “Se do lado da força-tarefa existem dezenas de profissionais atuando, do lado do Judiciário, há apenas um juiz. Dessa forma, há que se trabalhar a realidade, e esta implica ainda em anos de trabalho”, diz em nota.