Exército terá que a estrutura da polícia no Rio
Melhorar a capacidade operacional do Estado é uma das missões do interventor nos próximos dez meses
Rio O Exército definiu que, além de reduzir os índices de violência, a recuperação da estrutura da polícia do Rio será uma missão no período da intervenção federal no Estado, com a compra de armas e carros para atender à velha queixa de falta de estrutura.
O general Walter Souza Braga Netto, nomeado pelo presidente Michel Temer (MDB), pretende utilizar os quase dez meses no comando da segurança pública fluminense para restabelecer a capacidade operativa da polícia, e não somente mudar equipes e estratégias do combate à criminalidade.
O orçamento que vai bancar a intervenção no Rio ainda não foi definido pelo governo Temer, mas a expectativa dos militares é que haja recursos para que a intervenção seja bem-sucedida. O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, disse ontem estar trabalhando para viabilizar um novo empréstimo próximo de R$ 1 bilhão ao Estado, tendo como garantia royalties de petróleo.
Pelo planejamento que está sendo feito no CML (Comando Militar do Leste), a intenção é equipar setores das polícias Militar e Civil e reestruturar os órgãos da segurança, com reforço na área de inteligência, por exemplo.
Hoje, mais de metade da frota de veículos da PM está fora de circulação, e já houve flagrante de carros empurrados por militares. Policiais reclamam da falta de manutenção dos armamentos.
A intenção de investir para melhorar a estrutura das polícias esbarra, porém, na falta de perspectivas de contratações e indefinições sobre pagamentos atrasados. O 13º salário de 2017 ainda é uma pendência, e não há sinal de reforço da corporação com os 4.000 policiais militares já aprovados em concurso. Desde 2015, a PM teve uma diminuição de 7% do seu efetivo, que é perto de 45 mil.
O Orçamento da Secretaria de Segurança Pública encolheu. Em 2017, a pasta empenhou R$ 5,9 bilhões. O valor é 10% inferior ao de 2015 corrigido pela inflação.